Thursday, December 6, 2018

Tratando a acondroplasia: novidades sobre desenvolvimento de medicações

Últimas novidades!

Vosoritide


Durante seu recente dia de Pesquisa e Desenvolvimento (R&D Day), a Biomarin divulgou resultados de 42 meses do estudo de longo prazo com vosoritide em crianças que participaram do estudo da fase 2. A velocidade média de crescimento em crianças usando a dose de 15mcg / kg se manteve ao longo do tempo e, durante o período, o crescimento adicional médio comparado com a linha de base foi de 5,7cm (Figura 1). O vosoritide continua mostrando um bom perfil de segurança, sem nenhum evento adverso relevante até o momento (confira os resultados aqui).

Figura 1. Vosoritide: aumento sustentado da velocidade de crescimento após 42 meses com a dose de 15mcg/kg.


Fonte: apresentação R&D Day da Biomarin, disponível aqui.


O estudo de fase 3 com o vosoritide já está totalmente inscrito e o plano é apresentar os resultados no quarto trimestre de 2019. O estudo de fase 2 com crianças mais jovens e bebês está em andamento (Figura 2). Este estudo está explorando a segurança e eficácia em uma população mais jovem e, se for bem sucedido, fornecerá evidências para que se possa iniciar a terapia mais cedo. Prevê-se que, com intervenção precoce, os benefícios da terapia possam ser maiores do que os observados em crianças mais velhas.

Figura 2. Estudo de fase 2 com vosoritide em crianças menores de 6 anos.



Fonte: apresentação R&D Day da Biomarin, disponível aqui.

Se o estudo de fase 3 for bem sucedido, o vosoritide poderá estar disponível em 2020, depois de aprovado pela FDA e por outras das principais agências regulatórias. Inicialmente, seguindo os regulamentos atuais, seria aprovado apenas para crianças acima de 6 anos de idade. A aprovação para crianças menores só será concedida depois que o estudo da fase 2 com bebês estiver disponível, desde que sejam positivos também.
 

TransCon CNP
 
Em 28 de novembro, a Ascendis Pharma anunciou os resultados do estudo da fase 1 com sua própria versão do CNP (peptídeo natriurético tipo C). A Ascendis divulgou um resumo dos resultados do estudo de fase 1 em adultos saudáveis, mostrando que o TransCon CNP foi bem tolerado e teve o mesmo perfil de segurança comparado ao placebo com todas as doses testadas. Isso significa que não houve eventos adversos que seriam esperados como consequência da atividade natural do CNP, nem de efeitos inesperados. O estudo também confirmou a meia-vida longa do TransCon CNP observada em testes em animais, o que permitirá uma dose semanal para tratar a acondroplasia.

O TransCon CNP é, na verdade, um sistema de transporte, no qual o CNP não modificado é ligado a uma molécula carreadora que permite que esse peptídeo contorne o sistema de neutralização enzimática do corpo que normalmente elimina peptídeos circulando no sangue. Você pode visitar o site do desenvolvedor aqui, onde pode encontrar mais informações sobre o sistema de transporte da Ascendis.

Esses resultados 
são uma boa notícia para a comunidade. O TransCon CNP, se comprovado ser seguro e eficiente nos próximos passos de seu desenvolvimento, pode se tornar uma boa alternativa ao vosoritide, com a vantagem da dosagem semanal. Para aumentar a confiança sobre seu produto, seria bom que o desenvolvedor publicasse os resultados completos de seus estudos com animais, além das informações limitadas divulgadas anteriormente em apresentações de congressos médicos.

O desafio regulatório

Uma questão importante para os desenvolvedores de drogas é como convencer os reguladores de que qualquer medicamento desenvolvido para a acondroplasia deve ser testado o mais cedo possível no grupo de crianças afetadas que provavelmente se beneficiarão mais delas. Ao se manter na trajetória padrão de desenvolvimento de medicamentos elaborada para doenças comuns, os reguladores podem na verdade retardar o desenvolvimento de drogas e impedir o sucesso de terapias potenciais para doenças genéticas raras, como as displasias ósseas. Como a acondroplasia começa antes do nascimento, estabelecer objetivos complexos para estudos em crianças mais velhas pode dificultar o reconhecimento de todos os benefícios potenciais que essas terapias potenciais poderiam trazer se fossem testadas em uma população mais apropriada. E poderia levar a fracassos no desenvolvimento dessas drogas. Existem alguns exemplos significativos de fracassos de terapias promissoras no passado recente, como já mencionamos em artigos anteriores deste blog.

Wednesday, December 5, 2018

Treating achondroplasia: news on drug development

News from the front!

Vosoritide

During their recent annual R&D Day, Biomarin released 42 month results from the long term study with vosoritide in kids that participated in the phase 2 study. The average growth velocity in kids using the 15mcg/kg dose was sustained and, during the period, the average additional growth compared to baseline was 5.7cm (Figure 1). Vosoritide keeps showing a good safety profile with no relevant adverse event reported so far (check the results here).

Figure 1. Vosoritide: sustained increase in growth velocity after 42 months with 15mcg/kg dose.

From Biomarin's R&D Day presentation, available here.
The phase 3 study with vosoritide is now fully enrolled and headline results are planned to be released in 4Q19. The phase 2 study with infants is now enrolling (Figure 2). This study is exploring safety and efficacy in a younger population and, if successful, will provide evidence to start the therapy earlier. It is predicted that with earlier intervention, benefits from therapy might be greater than what has been seen in older kids.

Figure 2. Phase 2 study with vosoritide in infants.


From Biomarin's R&D Day presentation, available here.
If the phase 3 study is successful, vosoritide may become available in 2020, after being approved by the FDA and other major regulatory agencies. Initially, following the current regulations, it would be approved only for kids over 6 years-old. Approval for younger kids will only be granted after the phase 2 study in infants results become available, provided they are positive, too.
 
TransCon CNP

On November 28th, Ascendis Pharma announced the results from the phase 1 study with their own version of CNP (C-type natriuretic peptide). Ascendis released a summary of the results of the phase 1 study in healthy adults showing that TransCon CNP was well tolerated and had the same safety profile compared to placebo with all doses tested. This means that there were neither adverse events that would be expected as a consequence of CNP's natural activity, nor unexpected ones. The study also confirmed the long TransCon CNP half-life seen in animal tests, which will allow a weekly dose to treat achondroplasia. 

TransCon CNP is in fact a transport system, in which the unmodified CNP is linked to a carrier molecule that allows this peptide to bypass the body enzyme neutralizing system that usually cleans peptides from the blood. You can visit the developer's website here, where you can find more information about their carrier system.

These results are good news for the community as TransCon CNP, if proven safe and efficient in the next steps of its development, may become a fair alternative to vosoritide, with the advantage of the weekly dosing. To build trust, It would be good if the developer published full results from their animal studies beyond the limited information released in past medical meeting presentations.

The regulatory challenge

One important question for drug developers is how to convince regulators that any drug developed for achondroplasia should be tested as earlier as possible in the group of affected children that will likely benefit the most from them. By continuing to follow the standard drug development path elaborated for common diseases, regulators may be in fact slowing down drug development and hindering the success of potential therapies for rare genetic disorders such as bone dysplasias. As achondroplasia starts before birth, setting hard endpoints for studies on older kids may hamper researchers to recognize all the potential benefits those potential therapies could bring if they were tested in a more appropriate population. And could lead to development failures. There are some significant examples of failures of promising therapies in the recent past, as we already mentioned in previous articles in this blog.